ACONTECEU NUMA NOITE DE VERÃO
"Eu sei que não vou esquecer aquela mulher,
mas preciso me curar para não sofrer"
Ficou gravado em minhas retinas,
seu reflexo no assoalho da sala...
A luz refletida como espelho...
Em meu olhar fugaz e atento...
Me mostrou as duas metades,
de meu mundo em movimento...
Fostes buscar a taça de vinho,
após nosso prazer consumado...
Foi proposital, um ato pensado,
para te ver inteira, frente e verso...
Flutuando, linda, nua, lado a lado,
Em sua ida, vislumbrei excitado,
o amor em relevo no segundo ato...
Na sua vinda, a esperei ajoelhado,
ela já sabia o ritual, era esperado...
Enquanto caminhava sorrindo...
Eu enlouquecia, ansioso pelo verso,
daquela mulher divina e seu compasso...
Ela era única, e fazia amor pelo prazer,
e nos completávamos em tudo...
Quase um ano se passou,
de loucuras, carícias, ternuras,
e sexo desmedido...
Como tudo na vida um dia acaba,
ela se foi no último dia de Primavera...
A garrafa de vinho sobre a mesa de centro,
do outro lado, no mesmo lugar, no canto...
A taça pela metade, traz seus lábios,
em tom rubro, com o gosto do último beijo...
E aqui estou a reviver de joelhos,
esta cena que se repete, como antes...
Agora a me torturar, pois só uma imagem,
de ida, me aparece...
No assoalho refletida...
Bene