UMA NOITE... DEPOIS DE HOJE (TOMO III - Miagra Vênus)
Observando as horas
A flora de seu perfume
Como raios em cardume...
Sua presença desnudando
Em cada espera
Em cada uma delas nasce um detalhe
Uma linha
Uma rima
Um entalhe
Deste homem que a observa...
A espreita
A pressa
A caça
Tua respiração
Tua excitação me excita
Atiça
Ativa
Vibrante
Sou um teu dominante
Senhor no trato
No agir
No ato
És o meu gosto
Sabor oposto
O escuro e o claro
O sutil e o bárbaro
Seja submissa
Oferta-te
Revela-te
Entrega tua linhagem
Tua imagem
Teu sonho
Teu gozo...
Apenas... Obedeça
Teus seios são perfeitos
Vivos e ilesos
Sou pedra bruta
Que sua submissão lapida
Que as flores decorem a noite
Os vinhos
Os ventos
Os beijos
O açoite
As cores
Os sentidos abertos e nítidos
Tuas horas
Aleatórias
Teus sabores de morango
Silvestre
Leve
Lua em vestes
Verdes folhas
Aromas
Fazem sonhos
Ternos
Beijos mornos
Orvalhos de suas carnes
Suas partes
Artes
Destilam como água mágica
O vinho de teus seios
Veneno
Teu corpo
Meu terreno
Meu lar
Lá fora a brisa e a calma
Aqui e agora
Tua alma e forma
Aflora
Das horas senhoras
Dentro de um nós profundo
Outro tempo
Outro mundo
Teu senhor
Por teu ardor
Sem calmaria, sem.. Clamor
Relatos rápidos, transpassados e desordenados
Sua réplica estética plana, flama... Teórica hora
Honra do Caos... Silêncio de Henri Poincaré
És tua, metáfora... Mulher
O domínio de Cronos
Tua pele
Meu trono
Sem teto, sem assombro
Diria ser mais minha rotina
Turvar o ciclo
O grito
E o gozo em tua retina
*Henri Poincaré, em 1880 aproximadamente, pesquisou os problemas relacionados à impossibilidade de resolução das equações diferenciais não lineares, na busca das leis da uniformidade e da unificação dos sistemas físicos.