Inebriada de Amor
Numa tarde casual,
... de frio, contudo ...
Ele vem ao meu encontro
Como numa foto descontraída,
... com peito desnudo ...
Coração, sensivelmente,
... despido de tudo...
Encontra o meu ansioso
... sedento...
Sinto o fervilhar
... do meu ser ...
Estremeço mesmo
... sem perceber ...
Ele vem bem mais perto,
... toca-me por dentro...
Aproxima-se, mansamente,
... o amado ...
Com palavras doces,
... todo empenhado ...
como um vinho espumante,
... todo envolvido ...
Larga, aos poucos,
... jeito acanhado ...
Duas taças me são entregues,
Postas no criado, bem entregues.
Sou posta deitada na cama
Como numa linda redoma.
Ele sobre mim,
delicadamente posto,
Olho no olho, pele na pele,
peito no peito,
Calor que ao frio me aquece
com cuidados,
Fecha meus olhos
... com beijinhos delicados ...
Delicio-me com o vinho doce,
suave,
Embriago-me com suas carícias
delicadas, leves,
Suas mãos deslizam
em mim toda,
aperto-o em meu peito,
Sigo alucinada,
com seus intensos desejos...
Amor gostoso, livre,
leve, solto,
Espontâneo, marabilhoso,
amoroso, delicioso,
A taça se esvazia,
corpos amantes
se extasiam,
Quimeras envolventes
numa tardezinha casual...
Beijos sabor vinho e mel
São derramados pelo corpo todo.
A face rubra ganha os esmeros,
agora,
Longe um pouco da fera
que nos devora...
Há um estontear sereno,
Pelo vinho? Pelo amor deliciado?
Saboreado com prazer imenso?
Abraço apertadinho, calor gostoso...
Um belo adormecer suave,
Um sono lindo os entorpece ,
Há, no corpo e na alma, deleite!
Que prazer que aquece!
Um grande carinho do amor
à amada,
Tudo é tão belo,
eles não acordam,
Vão vivendo esta história linda,
Não só sonham,
a realidade os alimenta ...
Tudo é tão real, como na corte
mais palacial,
Amantes à moda antiga,
... andorinho ...
Eis que tudo começa,
acontece baixinho,
Com uma simples
taça de vinho!