Iara

Serpenteio no mar

Meu canto embala o inocente

Que vaga nas vagas ao lume

Da estrela já poente

No profundo

Em que habito

Escute homem!

Será o seu jazigo.

Do mel que escorre em meus lábios

Serviram-se dez mil marinheiros

Todos fenecem felizes

No regojizo de intenso desejo

Meu cheiro, brisa suave

Derramarei em seu corpo por inteiro

Verterá suor e lágrimas

De um amor

Forte, como a morte

O mais puro

O verdadeiro

Sou sereia

Sou tua Iara

Aquela que te segue furtiva

Que dança no encontro das águas

E quando meu ventre tocar?

Temei

Vigiai

Pois a nau gira

E em meu redemoinho

Sua mente vai naufragar!

Madame F
Enviado por Madame F em 26/09/2019
Reeditado em 30/09/2019
Código do texto: T6754771
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