Introdução

Afundo-me em teu manso ventre,

alegre ventre,

alegre mente,

alegremente.

Retorces ansiosa pelo mel

que há de vir,

silencioso e branco,

anunciando o bum da festa.

Defronte a teu corpo cheio de guizos,

canto os doces e secretos espantos dos homens,

sangro de alegria,

afundo-me ainda mais em teu pranto sorridente,

da boca ao ventre,

nos alisares dos abraços que nos denunciam,

feito amantes dissolvidos em alegrias,

a esquecer a orgástica desventura

de perder instantes

diante do que apenas dura uma metade.

Poema inédito

Paulino Vergetti