DESEJOS LIBIDINOSOS
(Sócrates Di Lima)
Chega a tarde,
No seu crepúsulo ameno,
Traz a brisa que invade
O meu olhar moreno.
Sento-me em uma beger,
Deixo a janela aberta,
Cortinas esvoaçam como quer,
Dexando entrar a saudade de uma poeta.
Saudade de quem não vejo,
De quem há pouco chegou,
Que faz renascer o desejo,
Que também há pouco brotou.
Então fecho os olhos,
Deixo-a vir até "Eu."...
Ela chega e eu acolho,
Como quem pega nos braços um filho seu.
Um aperto de saudade,
Daquelas tão distantes,
Entra pela janela sem alarde,
E me leva ás sensações de amantes.
Sinto suas mãos em caricias,
Ternura se multiplicando,
Sentindo no corpo as delicias,
Sensações me tomando.
Então cedo-me aos abraços,
De dois corpos nus arrepiados,
Tomando no ninho seus espaços,
Em lençóis brancos perfumados.
Entreego-me ao beijos selvagens,
De desejos molhados,
Como tântricas massagens,
Ao prazer se entregando como viciados.
Inundam o ambiente os aromas corporais,
E os corpos em vapor descondesado,
Correm e se misturam em movimentos viscerais,
Na loucura do amor derramado.
Esparramados no ninho,
Na intensidade do desejo,
Ternura e carinho,
na continuidade do beijo.
E na vontade que se espalha,
Até alcançar os prazeres proliferantes,,
Cada corpo entre si se agasalha,
Unindo a mútua explosão de dois amantes.
Então a tarde se debruça,,
Em olhares voluptuosos,
Se mistura e aguça,
Nos desejos múltiplos libidinosos.