SENTIR

SENTIR

Quero tocar o céu de tua boca,

o seu orvalhar

Sentir mordidas de teus alvos dentes

de marfim

A úmides de seus lábios profanos,

macios pecaminosos

O molhado que desfalece e ressuscita,

levando ao céu e a loucura

Sentir essa língua, peça que marca a nuca

queima a pele

Faz arrepiar partes do corpo, dá mais fina

ou grosa espessura

Não a espaço para meu respirar, a não ser

onde estas

Caminho as suas costas, conto as vértebras

com os dedos

Com leveza com cuidado, contorno as

montanhas, desço a gruta

Adentro ao vazio busco ao meio, te fechas

te guardas com receio

Quem dera entrar em seus sonhos, ver a

lucides de seus desejos

Tu te calas em teus ensejos, a mim pergunta

eu fujo, tu bravejas

Delicada humana criatura, tua alma minha

casa minha alcova

Estrada curta para os devaneios, corpo do

amante abrigo da amada

Do amor as ataduras os espinhos, como cão

lambe a carne e me procura

Nos resíduos de seus sonhos ,sou eu a quem

almejas e procuras

Pois igualmente te aguardo, em terras de faz

de conta, mas não te vejo

E assim sem matar nossos desejos, travamos

sem trégua nossa luta

Sentindo o cansaço da procura, seguimos

caminhos paralelos

Sabendo que tu sabes o que sinto, e eu sei

o que sentes👒🖋️

ADELE PEREIRA

17/07/19

adele pereira
Enviado por adele pereira em 18/07/2019
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