Desejo
Voltou de muito tempo,
Ou caminhou conosco escondido
Lado a lado, disso não sabemos.
O que sabemos é que ele se revelou agora,
E não podia ser em pior hora.
No momento mais inapropriado surge sorridente,
Tão explicito, tão maldoso, quase obsceno.
Por certo não devemos permitir
Que ele cause ainda mais confusão.
Não vamos alimentar esse desejo...
Assunto resolvido.
Não resolvido!
O estranho é que esse desejo
Cresce como fome,
Depois se torna combustível.
Me move em direção perigosa,
Não sei quanto a você,
Mas me parece que a colisão é inevitável.
É incontestável que a entrega
Nos fará sofrer menos.
Pois a negação desse desejo
Só nos torna cada vez mais
Suscetíveis a ele.
E Quando meus lábios se aproximam
E quase colados nos seus dizem não
Você sabe exatamente o que quer dizer,
Mas aceita a negação!
Chega desse jogo de “pega-pega”,
Pois não estamos pegando nada!
Chega dessa história de ascender incêndio
E tentar apagar com gota d’água.
Eis a convocação, encontro marcado...
Quando as luzes se apagarem
O desejo estará aceso,
E finalmente sairemos desse impasse!
(CONTINUA...)