MORDA O VENENO

MORDA O VENENO

Do cômodo no espelho

Das vozes antigas

dos homens novos

que a mastigaram ontem

Lembra uma calcinha

detalhes de vinho tinto

Que ela deseja de novo

ao cair da noite com outros

Agora encontros não mais

falsos enganos entre amigas

convidando as dúvidas

pra jogar medo da dor violenta

Que dor imensa ela gritou

uivou sussurrou arranhou

e agora fantasia mais

Seios maçãs do amor

cor do sutiã transparece

o vermelho sentido

do que está sentindo ao entrar

o vento com perfume felino

de panteras negras e leopardos

Espreitam suas janelas

Agora deliciosas cobertas

apenas pela seda preta

cortina do corpo de neve

que o fogo logo trará

um suor salgado de peles

Que ela vai caçar...