Colecionadora
Eu sou um pote de veneno escrito:
— Bebaba-me
Eu sou o auge do pecado
Eu sou o foda-se
Eu sou tudo que deu errado
Eu sou o vício disfarçado
Eu sou aquilo que você implora:
—Destrua-me
Eu boto o dedo na ferida
Eu corroo sua vida
Eu sou o ato visceral do possua-me
Eu entro e saio sem avisar
Eu mudo as mobílias de lugar
Eu sou o nó em pingo d'água
A companhia errada
Eu sou a Deusa personificada
Um desejo na garrafa:
— Engula-me
Eu confundo a sua mente com sorriso angelical
Mas por dentro eu sou fruto
Do seu própio infernal astral
Eu sou caos e furacão
Calmaria e turbilhão
Eu sou fruto do tesão
Colecionadora de coração
Não tenho pena, não tenho dó
Minha trajetória é sempre só
Eu devoro corações
Como o Aécio cheira pó
Meu bibelô mais precioso
Por um mês você vai ser
Tenho um espaço na prateleira
Separado pra você