V de Mulher

Tanta carne! O canibalismo não é crime quando se devora com vontade

O alfabeto compõe suas curvas, suas canções, seus violões tocados na estrada num ônibus que vai até o seu horizonte e desce até a testa.

Uns bebem vinho, outros tomam da água benta, alguns morrem tomando o leite da teta da vaca; eu prefiro um suco mais forte, mais sagrado, que embriaga mais que álcool misturado com "boa noite, Cinderela".

Minha bela está adormecida

Um par de coxas atrevidas, delineadas num corpo tão nu de sem-vergonhice

A fome de alguém que nunca comeu nada pode demorar um pouco pra ser abatida.

Conheço suas letras, suas línguas

Um V marcando o vestido punheta minha libido

V de mulher

V de horizonte

V onde se esconde toda a magia da vida

O leito para se dar a luz à novas criaturas

O triângulo das bermudas desabotoadas e caídas ao chão.

Thina Freitas
Enviado por Thina Freitas em 01/06/2019
Código do texto: T6661943
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