Sabores

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Sabores

A língua que lambe

está machucada.

Incomodando, doendo,

salivando demais.

A língua que encanta

está dolorida.

Sangrando, espumando,

ensaiando ais.

A língua que busca

está retraída, defensiva.

Há buscas na língua

que busca outra língua.

Há outras noutras bocas

que buscam a minha.

À míngua,

nenhuma língua morre;

nenhuma língua escorre

sem o prazer da saliva.

Entre bocas e beijos;

entre o batom e o lençol...

Está a cura da língua,

a força do anzol que fisga

no enlace carnal.

Nijair Araújo Pinto

Crato, 15 de abril de 2019.

23h32min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 15/04/2019
Código do texto: T6624468
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