Engodo tem cor
Engodo tem cor
Na sala fria e gelada de um certo lugar
Seus cabelos fogosos incineram ambiência
O sorriso matuto da fantasia
Despia aquela calça rosa
Dentro do armário velho do quarto
A janela bate forte quebrando vidraças
A roupa rasgada é sinal do delírio
De um corpo que arde em febre
Entrelaçado nos lençóis do desejo
No corredor aquele sussurro lascivo
Direcionando os pés descalços
A um caminho sem volta
Quando me deito ao leito tórrido
Minha pele adere ao suor do seu corpo vadio.
Já não resisto à temperatura
Ádita ao seu corpo libidinoso
Escondido na sua ingênua fantasia branca
Chega!
O delírio contamina o paciente
Da inebriante enfermeira do sorriso lúbrico
Que outrora acanhado,
E despido pela eufórica timidez
Os seus olhos confessam a vontade de se entregar
À ardente e proibida tentação
Onde a censura obstinada entra em coma
Numa anestésica loucura do prazer.