És o meu ópio
Sangue borbulhante entre espadas de aço gélido
em incoerência com as respirações cálidas no frio de fevereiro,
traduzidas em ecos gritados nas pautas do líbido da carne.
Desci da loucura e acariciei a terra vulcanicamente suspensa
entre a voz e a língua que se afunda na correnteza da vulva quente.
Depois! Depois chegou a ressaca de ti! No escuro de mim senti o ópio!
Em mim és corpo inexistente, fruto que colhi no auge da doçura,
és contestação ao frio e à solidão do navio fantasma no porto de lama,
és as ruas desertas, os barcos naufragados, minha cama e a terra molhada…
És tudo que desejo e tudo que perdi.