Gotas de chuvas
Já se vai o dia, meio da semana
Ela ainda está na cama
Pervertida para outros olhares
Mas encantadoramente sarcástica para outras mentes
Ela bate a porta e deixa que o ar escureça
E silencia as paredes, na verde cor de sua cortina
E um vão na fechadura mexe com a imaginação alheia
Dessa tão desdenhosa mulher, que sorrir com a inocência de uma menina.
Ela entregou seu destino e todos os seus desatinos
Nas mãos de um menino
Deixou à vista suas carências e suas urgências
Atirando-se em águas enrudecidas do seu mar
Lá fora, o mundo em água se afogava
E exausta procurou o menino do seu desvairar
Enquanto admirava as gotas de chuva
Que caiam doidamente no vidro da sua janela
Ela teve saudade da flor que havia nela