Os sabores doces do pecado
Os sabores do inferno
Estão no coração dos anjos,
Nos beijos dos excluídos,
Nas dores dos oprimidos,
Nas santas devassas.
O gesto da gratidão
Mora no peito dos santos,
Nos olhos dos outros anjos anônimos,
Bem longe de nossa carne.
Desejo e peco,
Rezo e perdoo,
Amo e maltrato:
Mesmo sem ainda ter encontrado o céu!
A vida pare sabores estranhos
E somos famintos demais para com as ordens sociais
E é por isso que quem beija, morde,
E, sem sorte, quem ama ainda despreza.
Poema inédito (04/02/2019)
Paulino Vergetti