AS SUAS MAOS

AS SUAS MÃOS

Eu gosto de tocar,

de apertar

as suas mãos,

com a suavidade

com que toco,

com que aperto

o floco de nuvens

amanhecidas

em minhas mãos.

Gosto de sentir

a maciez de suas

mãos quando

se acomodam

entre as minhas;

e suam, pelo prazer

afetuoso de sentir-se

aquecida, desde

as minhas mãos;

como o sol aquece

o seu olhar

de fêmea graciosa,

ante o meu gesto

amoroso de pousar

o meu olhar em você.

Aprendo, a todo

instante que estou

com você,

a ter você pra mim;

a sentir o seu cheiro

de jasmim;

mas não me esqueço

de tocar, de apertar

as suas mãos;

de pousar o meu olhar

em você, de saber

que você olha pra mim,

com as suas mãos

entre as minhas;

e as aqueço,

com o sol que tenho

em minhas mãos;

com o carinho

que te dou desde

as minhas mãos,

pois com elas

(as minhas mãos),

eu faço a viagem

amorosa em você;

e creia, meu amor,

eu só esqueço

de estar com

as suas mãos

entre as minhas,

de estar com elas

em você quando

pouso o meu olhar

demorado

em teus olhos

que, como de hábito,

também pousam

nos olhos meus.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 25/01/2019
Reeditado em 25/01/2019
Código do texto: T6558908
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