AS SUAS MAOS
AS SUAS MÃOS
Eu gosto de tocar,
de apertar
as suas mãos,
com a suavidade
com que toco,
com que aperto
o floco de nuvens
amanhecidas
em minhas mãos.
Gosto de sentir
a maciez de suas
mãos quando
se acomodam
entre as minhas;
e suam, pelo prazer
afetuoso de sentir-se
aquecida, desde
as minhas mãos;
como o sol aquece
o seu olhar
de fêmea graciosa,
ante o meu gesto
amoroso de pousar
o meu olhar em você.
Aprendo, a todo
instante que estou
com você,
a ter você pra mim;
a sentir o seu cheiro
de jasmim;
mas não me esqueço
de tocar, de apertar
as suas mãos;
de pousar o meu olhar
em você, de saber
que você olha pra mim,
com as suas mãos
entre as minhas;
e as aqueço,
com o sol que tenho
em minhas mãos;
com o carinho
que te dou desde
as minhas mãos,
pois com elas
(as minhas mãos),
eu faço a viagem
amorosa em você;
e creia, meu amor,
eu só esqueço
de estar com
as suas mãos
entre as minhas,
de estar com elas
em você quando
pouso o meu olhar
demorado
em teus olhos
que, como de hábito,
também pousam
nos olhos meus.
Escritor Adilson Fontoura