OLHO-TE

OLHO-TE

Olho-te,

e gosto de ver-te

não só em corpo,

mas também em alma;

para amar-te

primeiro em espírito,

e após,

sentir-te o corpo macio

qual pelo

de gata siamesa,

que se arrepia no cio

antes de intensa cópula.

Olho-te,

e não quero

logo amar-te, porque

me apraz

contemplar-te o corpo,

para sentir-te

o olor de fêmea

sedutora,

cuja alma dengosa

apenas me sussurra

suaves gemidos de quem

está prestes

a ser amada.

Não preciso

despir-te para amar-te,

porque vejo-te

em perispírito desnudo;

e antes

de amar-te em corpo,

amo-te em espírito,

em cópula perispiritual;

e é tão sublime

o nosso amar espiritual,

que o clímax

vai além

de nossas ânsias carnais.

Aprendi

a não amar-te

só em corpo,

desde que o meu olhar

te penetra na alma;

porque é nela deveras,

que aprendo

a amar-te,

nutrindo-me do amor

que tua alma me doa;

ademais,

basta olhar-te

por dentro de ti,

para saber de teu

desejo, que ame-te

em alma e corpo.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 01/12/2018
Código do texto: T6516373
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