ERÓGENO

ERÓGENO

Quente... Se a pele arde onde o dedo toca,

Também a tua língua em minha boca

Vem sibilar veneno...

Logo, descem os lábios aos mamilos

E, n'eles, vêm pousar assim tranquilos

Onde o prazer é pleno.

Na fome de te amar, quase machuca

Eu te cravar os dentes pela nuca

Para te devorar.

E, após correr as unhas pelos ombros,

Embaixo te sucedem os assombros

Do longo dedilhar.

Húmida... Se oferece à minha língua

A gruta até aqui deixada à míngua

Por sob os bastos pelos.

Para então, revirada sem esforço,

Mais arquear tuas costas sobre o dorso

Puxando-te os cabelos!

E, ao descer pelas nádegas expostas,

Te degustar enquanto te desgostas

Por eu tatear-te, cego.

E toda entregue ali tu te abandonas

À língua que t'explora aquelas zonas

N'um louco beijo grego...

E mais, untados todos os teus poros,

T'escutar os gemidos tão sonoros

A ponto de os temer.

Pois, lânguida, te alongas empinada

E reviras teus olhos desvairada

Quase a desfalecer

Contudo, sem perderes os sentidos

Mais ainda me sentes incontidos

Os ousados carinhos

E mais me aceitas pela pele os lábios

Ao fazer de teus seios menos sábios

Ainda mais vizinhos...

Sim! Goza de meu corpo junto ao teu...

Usufrui de mim tal como se eu

Fosse tu mesma tua!

Recebe-me o calor em teu calor

A nos queimarmos juntos pelo ardor

Por toda a pele nua.

Betim - 23 11 2018