MULHER
(Sócrates Di Lima)
Mulher,
veste o teu corpo nu,
com véu que nasce em tua cabeça,
Loiro feito pétalas de girassóis,
Longos talvez, que não impeça,
Cobrir-te a nudez,
de um corpo fértil,
Esguio em curvas acentuadas,
sinuosas e perigosas!
Sustado por pernas roliças,
belas e firmes...
Mulher,
Dos teus lábios correm o mel,
Da tua boca vozes santas,
Do teu olhar rios de alegria,
E da tua face bela, por entre véus,
Em transparência organdi,
Traduzindo toda a sensualidade do amor.
E aos meus olhos,
Nos desfrutes dos meus desejos,
Rogo-te pelos beijos,
que ainda, não te dei...
Rogo pelos prazeres que a carne consome,
Que o corpo inteiro treme,
Na ansiedade...
da mais fértil vontade,
de te amar eternidade a fora.
Mulher,
que entre os membros inferiores,
carrega os segredos,
prazeres e dores,
dos amores naufragados,
em doses lúdicas voluptuosas,
em flamejantes libidos,
dos desejos dos deuses.
Mulher
Que transcende meus sonhos,
Que rejuvenesce minha alma,
trafega nos meus pensamentos,
Navega nos mares das minhas lágrimas,
E aporta diuturnamente,
no meu porto solidão.
Mulher
que mora no meu coração,
e vive consumindo meus desejos,
em prazeres ocultos,
solitários e manuais,
Mulher que me cobre de saudade,
quando a saudade de ti,
é a única coisa viva dentro de mim.