À espreita...
Amada...perdoa a ousadia, atrevimento;
não se "espia" de ninguém, da intimidade o momento!...
Foi "pecado" eu, ousado...quando ouvi cair a água do chuveiro;
da porta do banheiro (espero que não haja de ti, censura)
olhei-te pelo buraco da fechadura!...
Tive em pensamentos (eu sei que tu me condenas)
doces momentos; idéias obscenas...
Sou réu...confesso, mas, peço perdão pela minha atitude;
porém, não pude; não pôde este ser que fraqueja;
deixar de ter do teu sabonete...inveja!...
E agora, finjo estar concentrado (te vendo sair, pelo espelho)
dissimulado, no de TV aparelho...
Porém, não te engana meu jeito sacana; é uma farsa,
em nada disfarça; até mesmo porque atrás da porta, em flagrante,
pecebeste o meu repirar ofegante!...
Percebi que teu olhar então, me dizia
não ser ousadia; querias que eu fosse menos formal,
e "avançasse o sinal"; me disseste: "continua"
pois era este o teu desejo, e tão apenas:
que eu te falasse palavras obscenas;
me dizendo: "eu sou toda tua"!...
Também disseste: "queres tu, que eu resista,
tu és egoista; queres acaso, que eu morra à míngua?...
Também por ti, meu tesão é tamanho;
que eu quero que me dês um outro banho;
bem gostoso...UM BANHO DE...LÍNGUA!..."
============================================
(GERALDO COELHO ZACARIAS)