À espreita...

Amada...perdoa a ousadia, atrevimento;

não se "espia" de ninguém, da intimidade o momento!...

Foi "pecado" eu, ousado...quando ouvi cair a água do chuveiro;

da porta do banheiro (espero que não haja de ti, censura)

olhei-te pelo buraco da fechadura!...

Tive em pensamentos (eu sei que tu me condenas)

doces momentos; idéias obscenas...

Sou réu...confesso, mas, peço perdão pela minha atitude;

porém, não pude; não pôde este ser que fraqueja;

deixar de ter do teu sabonete...inveja!...

E agora, finjo estar concentrado (te vendo sair, pelo espelho)

dissimulado, no de TV aparelho...

Porém, não te engana meu jeito sacana; é uma farsa,

em nada disfarça; até mesmo porque atrás da porta, em flagrante,

pecebeste o meu repirar ofegante!...

Percebi que teu olhar então, me dizia

não ser ousadia; querias que eu fosse menos formal,

e "avançasse o sinal"; me disseste: "continua"

pois era este o teu desejo, e tão apenas:

que eu te falasse palavras obscenas;

me dizendo: "eu sou toda tua"!...

Também disseste: "queres tu, que eu resista,

tu és egoista; queres acaso, que eu morra à míngua?...

Também por ti, meu tesão é tamanho;

que eu quero que me dês um outro banho;

bem gostoso...UM BANHO DE...LÍNGUA!..."

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(GERALDO COELHO ZACARIAS)

Coelho Zacarias
Enviado por Coelho Zacarias em 27/09/2018
Código do texto: T6460690
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