Toques
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Toques
Sinto carências de vontades.
Tenho o egoísmo das repetições.
Não sou aquele homem sisudo,
insensível por nunca ter tido.
Sou aquele homem tesudo,
cheio de segundas intenções.
A primeira
seria a quebra do distanciamento.
- Oh que dureza estar distante.
A segunda,
quebrar o selo das pernas
- Pernas cruzadas não rezam!
Sinto demais você distante.
Minto, não sinto tanto!
- Desejo, entretanto,
que suas pernas lacem
minha cintura...
E me apertem
com a mesma intensidade
que me aperta o cinto.
Quero marcas
- Deixe sulcos de unhas que sangram.
Quero tapas
- Bata, encha-se de urros,
deixe claro quem manda!
Sinto carências...
Do que já vivi.
Por isso é tão real.
E a pele arrepia,
só de imaginar outra vez, tudo:
O toque
O sotaque
O ataque
A receptividade
A vontade
A maldade.
Sofro de carências,
do que já tive.
- E isso me conforta
até você voltar.
Nijair Araújo Pinto
Crato-CE, 17 de janeiro de 2018.
12h31min
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