NINHO DOMÉSTICO

NINHO DOMÉSTICO

Sempre te espero

no instante que o brilho do luar

adentra em nosso quarto,

que se aninhe em meus braços

de um jeitinho só seu,

que me causa loucos prazeres.

O nosso silêncio íntimo

sobre o aconchego macio da cama,

é a linguagem que fala

por nós em gestos amorosos,

quando apenas o claro luar

é cúmplice de nossos intensos carinhos.

Da janela entreaberta,

podemos sentir a brisa fresca

da noite enluarada

adentrando devagarinho,

trazendo-nos o perfume das flores

do campo, unindo-se ao nosso

abrigo doméstico num gozo

florido de jardins sentimentais.

Os nossos corpos se tocam

em meio a penumbra que nos envolve,

deixando que os olhos de nossas almas

nos vejam cheios de excitações

corpóreas, num fluir de águas termais

dos nossos desejos voluptuosos,

à cata do clímax balneário amoroso.

Nestes momentos íntimos,

não precisamos nos surpreender

com o nosso louco amor,

porque ele nos enche de bons

motivos sentimentais, que vêm

no brilho da lua, na fragrância

das flores, na brisa suave,

na penumbra envolvente,

no ato súbito dos nossos orgasmos.

Enquanto a noite lá fora

nutre-se do silêncio aparente,

convida-nos a ouvir

a sua voz emudecida,

que só é perceptível no voo

dos nossos sonhos astrais,

nos quais alongamos os nossos

instantes íntimos, para além

do nosso ninho doméstico carnal.

Escritor Adilson Fontoura

Adilson Fontoura
Enviado por Adilson Fontoura em 16/01/2018
Reeditado em 17/01/2018
Código do texto: T6227511
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