NINHO DOMÉSTICO
NINHO DOMÉSTICO
Sempre te espero
no instante que o brilho do luar
adentra em nosso quarto,
que se aninhe em meus braços
de um jeitinho só seu,
que me causa loucos prazeres.
O nosso silêncio íntimo
sobre o aconchego macio da cama,
é a linguagem que fala
por nós em gestos amorosos,
quando apenas o claro luar
é cúmplice de nossos intensos carinhos.
Da janela entreaberta,
podemos sentir a brisa fresca
da noite enluarada
adentrando devagarinho,
trazendo-nos o perfume das flores
do campo, unindo-se ao nosso
abrigo doméstico num gozo
florido de jardins sentimentais.
Os nossos corpos se tocam
em meio a penumbra que nos envolve,
deixando que os olhos de nossas almas
nos vejam cheios de excitações
corpóreas, num fluir de águas termais
dos nossos desejos voluptuosos,
à cata do clímax balneário amoroso.
Nestes momentos íntimos,
não precisamos nos surpreender
com o nosso louco amor,
porque ele nos enche de bons
motivos sentimentais, que vêm
no brilho da lua, na fragrância
das flores, na brisa suave,
na penumbra envolvente,
no ato súbito dos nossos orgasmos.
Enquanto a noite lá fora
nutre-se do silêncio aparente,
convida-nos a ouvir
a sua voz emudecida,
que só é perceptível no voo
dos nossos sonhos astrais,
nos quais alongamos os nossos
instantes íntimos, para além
do nosso ninho doméstico carnal.
Escritor Adilson Fontoura