Estrela

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Estrela

O céu não é azul.

Hoje, cedinho, descobri!

Ele tem traços alaranjados;

tem portinha ovalada.

Resta-me saber

se,

no céu que ontem vi,

há bigodinho na entrada principal.

Em homenagem às curvas

– Curvas feitas com a mão,

em talhes perfeitos:

lindas, lindas, lindas...

Há curvas adocicadas e encantadoras

– Curvas feitas de algodão.

Nesse orbe de templo divinal,

de perfeito devaneio e ilusão,

desnudarei as paredes com a língua...

Em pinceladas recorrentes,

pintarei a tela por inteira

– Cada milímetro –,

do teto-cabelo ao chão.

Nas paredes molhadas,

amassando a tessitura com a mão,

arrancarei do reboco da tez,

sem pressa,

suspiros, gemidos

– Escandaloso arranhão.

Iguatu-CE, 12 de janeiro de 2018.

20h14min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 12/01/2018
Reeditado em 06/10/2021
Código do texto: T6224527
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