Avaria no Elevador
Como uma fruta de polpa espessa e quente
na expropriadora vontade para te levar à boca
eis a ânsia do braille vendado à loucura das mãos
procurando-te desde o chão e as metálicas paredes
de inox onde arrepiavam nos feixes de nervos carnais
a memória sonora e vertiginosa dos ecos orgásticos
mergulhando a pico no fosso de betão lambuzando o ar.
Entrei em ti num vento ciclónico na violência doce
do aroma da pele suada eroticamente abrilhantada
pelos neónicos impulsos do botão de emergência!
Gritos anelados transfiguram personagens!
Colhemos de um trago a polpa espessa e quente
saboreando bago a bago todas as oralidades
entre gritos e espelhos embaciados contra o inox.
Somos no dilúculo corpos caídos por terra libertados.