Perfumes da Paixão
Dissuasivamente arranco dos teus ombros o lençol
com toda uma noite amarrotada de gritos e beijos
frescos como os florais eróticos de Gucci
onde adormecemos no status de puro amor...
A roupa pantanizada no chão onde fantasiámos
pela casa amando-se no chão e contra as paredes,
nos rastros de ternura … vultos ...carne…
Carne onde respiramos exaustos como se tivéssemos
nascido da terra húmida, do fundo quente dos gemidos.
Havias-te despido com a ternura da nudez
que corria pelas mãos aonde tudo é branco e firme.
Aquele fogo da carne !
Fogo que se arrastamos por toda a casa…
contra as paredes, no chão…
Ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos desrespeitando regras incultas do básico.
E no chão contra as paredes nos amamos amarrotados
pela casa como se dentro das carnes respirássemos.
Carnes onde abri janelas que haviam em ti e entrei febril
sem tempo e sem silêncio para te beber…
Mil vezes repeti teu nome…mil vezes!
Dissuasivamente arranco do teu quadril a renda
com toda uma noite amarrotada de gritos e língua
quente como o fogo erótico de Paco Rabanne!
Dardejados na nossa mais íntima doçura quando abri
tuas janelas e despi teus segredos perdi a vaidade
e a pressa de uma qualquer combustão secreta
onde ficamos cruxificados na paixão!