Perfumes da Paixão

Dissuasivamente arranco dos teus ombros o lençol

com toda uma noite amarrotada de gritos e beijos

frescos como os florais eróticos de Gucci

onde adormecemos no status de puro amor...

A roupa pantanizada no chão onde fantasiámos

pela casa amando-se no chão e contra as paredes,

nos rastros de ternura … vultos ...carne…

Carne onde respiramos exaustos como se tivéssemos

nascido da terra húmida, do fundo quente dos gemidos.

Havias-te despido com a ternura da nudez

que corria pelas mãos aonde tudo é branco e firme.

Aquele fogo da carne !

Fogo que se arrastamos por toda a casa…

contra as paredes, no chão…

Ninguém sonha a pressa com que nós

a despimos desrespeitando regras incultas do básico.

E no chão contra as paredes nos amamos amarrotados

pela casa como se dentro das carnes respirássemos.

Carnes onde abri janelas que haviam em ti e entrei febril

sem tempo e sem silêncio para te beber…

Mil vezes repeti teu nome…mil vezes!

Dissuasivamente arranco do teu quadril a renda

com toda uma noite amarrotada de gritos e língua

quente como o fogo erótico de Paco Rabanne!

Dardejados na nossa mais íntima doçura quando abri

tuas janelas e despi teus segredos perdi a vaidade

e a pressa de uma qualquer combustão secreta

onde ficamos cruxificados na paixão!

Febo
Enviado por Febo em 19/12/2017
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