No canto do salão de festas

Nesta poesia terminamos fazendo amor

no chão e contra as paredes!

Naquela noite olhávamo-nos exaustos como se tivéssemos

percorrido toneladas de pensamentos insanos paridos na terra

com as mãos que nos tocam nas partes mais íntimas.

Beijávamo-nos ao longe magoados pela distância

entre o canto do salão de festas e a senhora sua tutora .

Um no outro fomos prisioneiros escondidos

e livres algures na forma como te imaginava gemendo.

Terei que matar a velha controladora!

A música impedia os corpos da desmaterialização

impedia que cada corpo atravessasse o outro corpo

Os cupidos lançavam arsenais pontiagudos assemelhando-se

a ferozes enxames!

Os demónios revelavam a minha pobreza avidamente rica

A nudez corria-nos no pensamento…pelas mãos…pelas virilhas

e chegava aonde tudo é quente…húmido e firme.

Aquele fogo na carne era o castigo da proibição!

Era amor!

Amor é fogo que arde sem se ver! Merda!! Oh Camões!!

As paredes ardem…o chão arde…nós ardemos nesta desejo louco!

E os olhos doem-me de tanto a olhar!

E no chão contra as paredes no canto do salão de festas!

Loucos e prisioneiros de status imundos…cansado

da música que atravessou a minha figura de servo

servindo um copo e outro copo…

Restava-me imaginar toda a nudez branca e firme do teu corpo

Com aquela carne de fogo no chão de carvalho Francês

incarnando o animal selvagem, segurando-te de costas

enquanto tuas unhas arrancam o papel parede…

contra o chão das paredes fodemos com loucura!

Febo
Enviado por Febo em 23/11/2017
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