No canto do salão de festas
Nesta poesia terminamos fazendo amor
no chão e contra as paredes!
Naquela noite olhávamo-nos exaustos como se tivéssemos
percorrido toneladas de pensamentos insanos paridos na terra
com as mãos que nos tocam nas partes mais íntimas.
Beijávamo-nos ao longe magoados pela distância
entre o canto do salão de festas e a senhora sua tutora .
Um no outro fomos prisioneiros escondidos
e livres algures na forma como te imaginava gemendo.
Terei que matar a velha controladora!
A música impedia os corpos da desmaterialização
impedia que cada corpo atravessasse o outro corpo
Os cupidos lançavam arsenais pontiagudos assemelhando-se
a ferozes enxames!
Os demónios revelavam a minha pobreza avidamente rica
A nudez corria-nos no pensamento…pelas mãos…pelas virilhas
e chegava aonde tudo é quente…húmido e firme.
Aquele fogo na carne era o castigo da proibição!
Era amor!
Amor é fogo que arde sem se ver! Merda!! Oh Camões!!
As paredes ardem…o chão arde…nós ardemos nesta desejo louco!
E os olhos doem-me de tanto a olhar!
E no chão contra as paredes no canto do salão de festas!
Loucos e prisioneiros de status imundos…cansado
da música que atravessou a minha figura de servo
servindo um copo e outro copo…
Restava-me imaginar toda a nudez branca e firme do teu corpo
Com aquela carne de fogo no chão de carvalho Francês
incarnando o animal selvagem, segurando-te de costas
enquanto tuas unhas arrancam o papel parede…
contra o chão das paredes fodemos com loucura!