Sessenta e Nove

Nem os lábios respiram no intenso

exílio do som onde se oculta o lirismo da

palavra, pátria salgada entre os complúvios

de nossas línguas de aromas a sexo.

Na ânsia do tesão se fecham e rompem bocas,

daqueles insanos prodígios anelados

do eco, sabor a oralidades esparsas.

Sessenta e Nove!

Por esses soberbos montes, essas

vulcânicas colinas, águas circulantes

borbulhantes no grito da cegueira…

Delírio lasso do encaixe perfeito

na incúria da saciada loucura

das bocas nocturnas.

Doce fragor das salivas quentes que escorrem,

nos cantos agudos das árduas cigarras

que expulsaram as borboletas de nós...

Nos lábios me guardam…

Cio ou sal? Orgasmo ou mito?

Nem os lábios respiram

na eterna efemeridade deste teu corpo,

com luz… desejo… rijo resíduo lácteo…

Disfarce ou máscara?

Sessenta e nove razões para repetir!

Febo
Enviado por Febo em 02/11/2017
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