Curvas
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Curvas
Entende o sentido,
todo o sentir
da minha inquietação.
O corpo,
matéria corpórea,
imanente e visual,
conhecemos
num simples olhar.
A alma, entretanto,
é divagar de emoções.
Despi-la, portanto,
exige vagares, divagações.
É tudo muito lento,
muito sutil, devagar demais.
Fazer amor é arte cega,
parte certeira da míope visão.
Seria fácil acertar o alvo
na penumbra da noite,
no ponto cego da ilusão?
Não sei, envia-me o teu mapa.
Por certo que nas curvas,
na foto que ainda não veio,
encontraria imagens que não burlas...
Pés, mãos, seios.
Por que uma imagem, apenas?
Nunca entenderás
a natureza masculina.
Conhecemos a comunhão,
corpo e alma...
No início do banquete,
todavia,
é o volume da curva
o que mais nos fascina.
Nijair Araújo Pinto
Crato, 4 de outubro de 2017.
00h56min
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