PRAZER SEM MALDADE
Ah! Quando me esqueço quanto
Já quis e desquis ter mais quereres,
Não me rola nenhum pranto,
Mas me entristece por menos saberes.
Sorrisos, pernas e lábios,
Taças, cálices e vestidos,
Não pretendia ser sábio,
Só tinha desejos incontidos.
Meias, ligas e sandálias
Música alta, vozes roucas,
Cortinas em estampas bromélias,
Fumaças e outras doses poucas.
Ah! Quando me lembro quanto
Eram imensos nossos quartos.
Beijos, abraços e outros tantos,
Depois o descanso em corpos fartos.
Chame-me de novo pra a festa,
Traga-me um copo pela metade.
Quero a alegria que me resta,
Quero prazeres sem maldade.