Sedução e amor
Tu andas como os pássaros voam.
Tua palavra ferve risonha em meus ouvidos,
cantando o perigo por nos amarmos
nos dias felizes e nos tristes,
onde, teimosamente, atravessamos o tempo,
seduzindo-nos.
Não nos basta apenas amar um ao outro,
construímos castelos abraçados às nuvens,
como se procurássemos Vênus ou Nefertite
nos vértices de cada beijo dado.
Tu não me amaste como eu te amei,
mas em nossa escuridão havia um sol um sol,
em nossa pele havia um sopro vadio
que gritava, misturado aos assovios do vento,
como se tudo desejado entre nós nos quisesse,
antes de ti deitar-se sob minhas pernas quentes
e eu te tivesse nua como alguém que padece de amor
e chora.
Queria ser o lagarto corredor dos desertos,
correr desesperadamente ao teu encontro,
sem sentir as brasas da areia quente
sob meus pés indecentes de folia
e minha vontade alegre de transar-te...