Sexualidade platônica
Homem com a carne em frêmito
A dor febril a arder-lhe em brasa
Palpitações de grandes oscilações
A castidade que perdura o arrasa
sequer o inverno em seu frescor hálito
Arrefece o calor tropical da pele
impassível as grandes perdições
sedento da saliva que do beijo se expele
Do friccionar maroto assim a dois
os dízeres voluptosos quando sós
Quanta incerta entorno do sexo
A tal criatura em jeito quão inflexo
Savai-o humanidade da flagelação sem igual
Desse sentir sem conssentir o ato real
Como pode o prazer assim estranho?
Existe a libido com semelhante acanho?
Oh protótipo de varão indigno de ser
Quanto receio da consumação corpórea
pela ampulheta céleres escorrer a areia
outrora há de ser em vão se satisfazer
O furor erógeno pode se estagnar
E a pele seca não há de se excitar