Sexualidade platônica

Homem com a carne em frêmito

A dor febril a arder-lhe em brasa

Palpitações de grandes oscilações

A castidade que perdura o arrasa

sequer o inverno em seu frescor hálito

Arrefece o calor tropical da pele

impassível as grandes perdições

sedento da saliva que do beijo se expele

Do friccionar maroto assim a dois

os dízeres voluptosos quando sós

Quanta incerta entorno do sexo

A tal criatura em jeito quão inflexo

Savai-o humanidade da flagelação sem igual

Desse sentir sem conssentir o ato real

Como pode o prazer assim estranho?

Existe a libido com semelhante acanho?

Oh protótipo de varão indigno de ser

Quanto receio da consumação corpórea

pela ampulheta céleres escorrer a areia

outrora há de ser em vão se satisfazer

O furor erógeno pode se estagnar

E a pele seca não há de se excitar

Alex Melloh
Enviado por Alex Melloh em 24/07/2017
Código do texto: T6063790
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