INVASÃO DE PRIVACIDADE
Como o sabão liso n' água,
A mão do rapaz desliza
Sobre o corpo de seda
Da moça tímida e inibida.
A aproximação dos dois corpos
Deixa-a tão envergonhada
Que o suor do seu corpo virginal
É palco da quente evaporação.
Toda trêmula e invadida
Ela se sente, sente-se agredida
Por aquela mão bandida,
Experiente, vil e fingida.
Com a adolescente idade,
A moça entrega-se a liberdade
De um amor carrasco da privacidade
Que a valorizava de verdade.
É a invasão da mão que acaricia
É faz do belo corpo uma democracia.
É a mão lisa, ágil e insistente,
Uma mão rainha e inteligente