E Agora?
E agora? Que fazer dessa saudade
Que bate como se fosse um martelo;
Tal qual correntes nos atando ao pelourinho
E que não conseguimos jamais romper o elo.
O perfume fica e nos acompanha
À todo canto que vamos a nos perseguir,
O toque das mãos, o sabor dos beijos,
Volúpias de um prazer que queremos sentir.
E nada interfere nesse ato singelo
Que até mesmo o tempo parece parar,
Agarrados ao leme de um amor tão puro
À noite nos convida a continuar.
E é tão saboroso o cálice da oferta singela
Doce misturado a sussurros profundos,
E o veu do cansaço envolvendo tudo
Dormimos, sonhando com coisas de outros mundos.