A Beira do Regato
Tira delicada a calcinha beira do regato
Enquanto sopra nas várzeas a viração suave,
Dorme a terra envolta em halito sossegado
Beijo o teu claro cristal,repuxo das estrelas.
A tua forma desperta o clamor da cadela
Sobre as pontes gentis dos lírios em palavras
Nobre boca aos assomos da alvorada
Entre suspiros íntimos de chamas se oferece.
Rondam os Zéfiros preludiando nos alamos
A promessa do sempre ,nos amores aflorada,
A afeição zelosa alberga o sentido da existência
Paira na lua doce da esfera realizada.
O aroma do teu corpo trescala infinito
A carne é um poema de luz talhada
Onde o êxtase uma rica visão constela
A grande flor do Arno materializada.
Sempre em tuas curvas voa o verso da flor
Suspiram mel os teus olhos dolentes e fidalgos
O cego só pode ver a verdade transfigurada
Em assomos simbólicos onde sua ilusão persiste.
A redoma das sensações beija os climas
Seus íntimos faróis deslumbram a concha dos rios
Onde a paixão bem pode ver o seu objeto
E o amor conhece o corpo que o fareja.
Imperfeito e limitado nas dores e nos êxtases
O mortal busca o sangue e o pão no limite
Seu amor e ódio podem raiar as cercanias do ridículo
E a natureza infinita sobera os aflora.
Porem no aroma suave da pomba amada
Há meu contentamento e alusões do Arno
Não! Nada mais quer ser que mortal gemido
Que a alvorada colha meu êxtase em transpasse.