DEVASSO
DEVASSO
Jorge Linhaça
Arandú, 20/05/2005
17:58
Devasso teu corpo por inteiro
centímetro a centímetro
Como quem degusta rara iguaria
Sinto o eriçar de teus pelos
milímetro a milímetro
deixando-te em doce agonia
Minha boca a beijar-te toda
poro por poro
Fazendo-te fêmea pulsante
Minhas mãos a deixar-te louca
No arfar do teu colo
Vejo o ardor de minha amante
Nesse jogo de bem me quer
vejo-te o mel verter
e deleito-me em tua doçura
Te faço totalmente mulher
com teu corpo a estremecer
entregue a essa suave loucura
Sorvo-te com ganas tamanhas
que não controlas a libido
e te derramas por inteiro
vasculho ávido as tuas entranhas
tua voz são só gemidos
em um gozo por verdadeiro
Nessa entrega alucinada
te apoderas de mim com volúpia
e me beijas de tão faminta
Tua boca em fúria descontrolada
mostra da fêmea toda astúcia
de uma técnica tão distinta
E depois de muita tortura
me puxas pra dentro de ti
Agrilhoado em tua intimidade
Minha boca já é pura secura
durante esse ir e vir sem fim
dessa nossa insanidade
Explodimos simultaneamente
entre gritos de impropérios
Até nos deixarmos tombar
E então, tu languidamente
devassada em teus mistérios
vens dengosa me abraçar
Ficamos ali silentes
de tal forma inebriados
que o tempo perde o sentido
Entre carinhos freqüentes
nos vamos deixando recobrados
para repetir esse ato consentido