Falantes

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Falantes

Imaginar.

Sim, minha imaginação vai longe.

Ela sente o que não toco;

escuta o que não posso ouvir;

capta o cheiro

do que apenas imagino

acontecer.

Sou previsível, enfadonho?

Normal demais, talvez.

Quantos iguais a mim,

quase invisíveis,

conheces todos os dias?

Imaginar.

Faz um bem danado, acredita?

Dependendo da dosagem,

dá sono, adormece.

O que falo é calmante, não é?

Falo visível.

Na tela, passa um filme...

Imagens escuras,

a TV ligada.

Sim, viajo quando imagino.

Desfoque tudo.

Acelerei o controle remoto.

Nada, nenhuma erupção.

do outro lado,

espectadora em delírio,

aguardando o fim da exibição.

Falo e repito:

- Faltou o melhor da peça!

A regência final,

a chuva de confetes,

o ressoar da baqueta.

Nijair Araújo Pinto

Iguatu, 16 de março de 2017.

14h16min

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Nijair Araújo Pinto
Enviado por Nijair Araújo Pinto em 16/03/2017
Código do texto: T5942871
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