SEGUNDA-FEIRA BANAL
E eis que fazia tempo
Que não cruzávamos nossos olhares...
E eu que acreditava tudo esquecido.
Não mais tinha atravessado os mares
Dos nossos sonhos revoltos e aquecidos
Pelas palavras não ditas,
Abafadas nas loucuras por nós sentidas...
E eis que te vejo novamente
E capto o desejo que te veio à mente,
Tão vivo e tão vibrante,
Que me atingiu, de repente,
E me fez arder nesta fogueira,
Tornando-me, de novo, tua amante,
Nesta chama passageira
Que varre meu corpo e me arrepia...
E hoje era só uma segunda-feira
Corriqueira, sem importância... morno dia.
Queria tua companhia tanto, tanto,
Que qualquer coisa faria
Pra te roubar e trazer pro meu recanto,
Onde arrancaria as nossas roupas,
Me despiria de qualquer recato
E me serviria a ti, como a um prato
Da mais fina iguaria...
Te faria lamber os lábios... os meus também...
Eu também te degustaria, meu manjar,
E sei bem o quanto irias gostar
Desta comilança sensual...
Te faria tudo de bom e especial...
Seria, de novo, tua fêmea passional,
Nesta segunda-feira que parecia tão banal...