E...

Não falou de amor.

Beijou-a ternamente,

pegou-lhe as mãos,

beijou-as.

Afagou seus cabelos,

acariciou seu rosto,

tocou-lhe a nuca como os anjos tocariam.

Suas mãos percorreram os ombros dela,

e foi como se todo o mundo tivesse parado para reverenciá-la.

As horas corriam

e suas mãos percorreram seu corpo como o jardineiro toca as flores.

As horas eram mero detalhe, insignificante.

Seus olhos lhe beberam o sorriso,

seus ouvidos lhe beberam os pequenos gemidos de prazer.

Com gestos doces,

com carinho indescritível,

com olhos de intenso sentir...

O amor se fez,

nos toques,

nos movimentos,

nos gemidos,

no ápice do que tantos toques,

e beijos,

e sorrisos

podem causar.

Sons,

cheiros,

gostos,

sopros...

Depois disso,

A calmaria lânguida de corpos saciados.

Beijou-lhe os pés...

Não falou de amor,

fez amor...