AMANTES SEM TEMPO
O tempo inventado
Não existe para os amantes:
Tudo é constante;
Tudo é breve.
Entre lençóis e rendas,
Espartilhos e ligas,
Quase nada intriga,
Tudo é febre.
A eternidade da espera
Do próximo encontro,
Do raciocínio tonto
Que nada se quebre.
Depois do desejo
Mais desejo ainda:
O relativo se finda,
(mas)
A vontade não prescreve.