SUBMERSO (comentem)
Serve-se a mim, como em auto-sacrifício
Como se posta à mesa, lânguida, servida
Rubra, melada! Absoluto é o prazer!
Serve-se de mim, é o gosto da vida
Tão doce morena, cujo cheiro enebria
Linda e rubra, em chamas, tua flor se abre
É teu corpo entregue, servindo-se de mim
E sendo tu a amazona, meu inteiro lhe cabe
Diz-me coisas em sussurros íntimos
Devassos, vorazes, condenáveis, profanos
Nosso fogo tão pleno, em suor se derrete
Sou um afluente a desaguar em teu oceano
Ouço sôfregas palavras entrecortadas
E entre estalos, os instintos se atiçam
Arrasto minhas unhas, risco tua pele
Mordo teus lóbulos, teus pelos se eriçam
Então, suplica manhosa, goza comigo
Revira os olhos, é o primitivo prazer
É o teu ápice, banha-me em teu oceano
E totalmente submerso, deságuo em você.