ESPUMA

No meio

Do corpo

Do homem

Há uma duna

Silenciosa,

Volumosa,

Maleável,

Extensível.

Ora dura,

Dura mesmo

Dura tempo

A mover-se

Ao vento

Dos desejos

Para lá

Para cá

Feito serpente

Insinuante.

Ora estanca

Doendo firme.

A cura se acha

E vai à procura

A duna seca

Aos lençóis

De água pura

No meio

Do corpo

Da mulher

Feita de mar.

A duna

E a onda

Encontram-se

Fazendo

Poeticamente

Brancas

Espumas

De amor.