Voluntária do desejo
Tenho vontade de você
Daqueles olhos inquietos
Despudorados a me saborear.
De suas mãos
Pesadas na cintura minha
Desarmando defesas inóspitas.
É vontade da libido quente,
Da boca frenética,
Do meu nome navegando por suas cordas,
Invadindo meu ouvido num sussuro
- Arrepio -
Do rubor nada tímido - sou efeito sob sua causa.
Voluntária do desejo,
Anseio ser impiedosamente atiçada,
Arrastada pelas tramas de seu jogo,
Dedilhando, escorregando, percorrendo, perdendo-me
Em cada centímetro de seu universo,
Dominada e dominante.
Tenho vontade de você
Na pura incoerência da entrega;
Transformando espaço em uno,
O dois em tudo,
O gesto em música
E o conjugar em explosão.