Anacrônico
Um relógio automático escapa-me ao pulso,
escapa o impulso e o tempo cai.
E a roupa cai. E corpo sobre corpo cai!
E quando tudo se esvai em toques de dedos,
em silêncio em falo, ânus, vagina,
boca, língua, sexo, uma tarde amortece
e o mundo sagrado sequer imagina
que num quarto numa quarta-feira
de um hotel de quinta acontece,
segundo após segundo,
um amor de primeira.