POEMA MODERNO VIII - A PÍLULA DO PARAÍSO

POEMA MODERNO VIII - A PÍLULA DO PARAÍSO

Tragou o azul do paraíso sem pensar na partida,

Mas somente no prazer da sua 'dolce' vida

Caiu-lhe no estõmago eflúvio vento forte

Sem jamais pensar na feia e cruel morte.

Ah...que prazer sentiu com rápidas estocadas,

O máximo que a sua vil idade permitia

Deitou, rolou, grunhiu e pensou nas entradas

Rápidas e belas que já fizera um dia.

Tentou a segunda vez num esforço tremendo,

Fez força demais para um coração já velho,

E num esforço, qual Hércules, estupendo

Para separar o Estreito de Gibraltar no escaravelho.

Sentiu então uma pontada fina, dura e forte

Do lado esquerdo do corpo onde tudo amolecia...

Aí viu então o vulto feio e cruel da morte

Que em gargalhadas feias e medonhas lhe dizia,

-Já foste bom nisso, meu velho, agora és pó

Zombaste de mim pensando em paraíso

Em grutas, sem a paciencia como teve JÓ ... -

E LÁ FOI ELE AIROSO COM UM DOCE SORRISO.

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 10/10/2016
Reeditado em 11/10/2016
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