POEMA MODERNO VIII - A PÍLULA DO PARAÍSO
POEMA MODERNO VIII - A PÍLULA DO PARAÍSO
Tragou o azul do paraíso sem pensar na partida,
Mas somente no prazer da sua 'dolce' vida
Caiu-lhe no estõmago eflúvio vento forte
Sem jamais pensar na feia e cruel morte.
Ah...que prazer sentiu com rápidas estocadas,
O máximo que a sua vil idade permitia
Deitou, rolou, grunhiu e pensou nas entradas
Rápidas e belas que já fizera um dia.
Tentou a segunda vez num esforço tremendo,
Fez força demais para um coração já velho,
E num esforço, qual Hércules, estupendo
Para separar o Estreito de Gibraltar no escaravelho.
Sentiu então uma pontada fina, dura e forte
Do lado esquerdo do corpo onde tudo amolecia...
Aí viu então o vulto feio e cruel da morte
Que em gargalhadas feias e medonhas lhe dizia,
-Já foste bom nisso, meu velho, agora és pó
Zombaste de mim pensando em paraíso
Em grutas, sem a paciencia como teve JÓ ... -
E LÁ FOI ELE AIROSO COM UM DOCE SORRISO.