Amo-te também à noite

Leito este que me espera

Como um ribeiro

O murmúrio das águas

Elevam-se no beijo tempestades

Libertam-se do corpo furacões

Encontro na viagem os sonhos

As mãos vagueantes procuram

Ladeiam e encontram desejos

Palavras quentes sussurradas

Encontram eco nos versos

Despem-te a parca roupa

Que te cobre os seios

Expõe-te a alma aos devaneios!

Assaltamos a noite,

Roubamos tempo,

Roubamos o luar e as estrelas

Cegamos os olhares indiscretos

Amamo-nos,

Com a intensidade de quem pratica um desporto,

Na busca desenfreada por entregar prazer

Pela oferta mágica de um orgasmo…

Não nos vestimos de versos

Tão pouco de poemas ou prosas

Ficamos apenas assim

Despidos de palavras

Abraçados nos gestos

E beijos de amor…

Escuto,

Não durmo,

Escuto, sincronizo,

Faço meu o teu batimento

Minha a tua respiração!

A noite que espere,

As letras que durmam…

Porque hoje…

Hoje não temos pressa…

Alberto Cuddel

Alberto Cuddel
Enviado por Alberto Cuddel em 08/10/2016
Código do texto: T5785710
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