Amo-te também à noite
Leito este que me espera
Como um ribeiro
O murmúrio das águas
Elevam-se no beijo tempestades
Libertam-se do corpo furacões
Encontro na viagem os sonhos
As mãos vagueantes procuram
Ladeiam e encontram desejos
Palavras quentes sussurradas
Encontram eco nos versos
Despem-te a parca roupa
Que te cobre os seios
Expõe-te a alma aos devaneios!
Assaltamos a noite,
Roubamos tempo,
Roubamos o luar e as estrelas
Cegamos os olhares indiscretos
Amamo-nos,
Com a intensidade de quem pratica um desporto,
Na busca desenfreada por entregar prazer
Pela oferta mágica de um orgasmo…
Não nos vestimos de versos
Tão pouco de poemas ou prosas
Ficamos apenas assim
Despidos de palavras
Abraçados nos gestos
E beijos de amor…
Escuto,
Não durmo,
Escuto, sincronizo,
Faço meu o teu batimento
Minha a tua respiração!
A noite que espere,
As letras que durmam…
Porque hoje…
Hoje não temos pressa…
Alberto Cuddel