licor de chamas
desvirtua a palavra do alvor da inocência
o carmim do crepúsculo.
desalinha-se
na brisa do ocaso
a mente
em guerra
dos poros borbulha
sangue ardente
na ânsia dos teus
eis que vibram
meus lábios
insinuações que a noite
premedita
como erguer uma prece angelical
diante da cor do altar de um céu em transição
se despindo acalorado
pra se vestir aveludado
de negro e dourado
pouso de um corvo
coberto de cetim
enluarado
parece tudo premeditado
um licor de chamas pra seduzir...
será inteira
a meia noite
em meio às estrelas
rendas
e meias de seda
quando teu querer
e minha ousadia
se despirem
inteiros...
meios
e meias
que me perdoem
que o crepúsculo é um terço
de fervor pontilhando
teu nome
mantra
alastrado de desejo
pra devoção suprema
de um beijo