Expediente

As mãos se esquecem das obrigações, entregues.

A circunspecção esquece das limitações. Entrega.

Hora de trabalho, mas encanto.

Olhar faminto entre telas e suspiros, mas quanto calor.

Café derramado onde se derrama sêmen e versos.

Desajeitados modos em corpos de cortesias e orgia.

Protocolos de papel amassados

pelo furor do desejo

e o cinismo do medo.

Vem cá, moça!

Colo, ligeiro.

Arranha,

sobe,

apanha,

desce,

abocanha e contabiliza os devaneios

entre os músculos e o tampo de vidro.

Quem virá?

Verá?

Colo, ligeiro.

Ligeiro.

Ligeiro...

Simultâneos,

temos tanto por fazer.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 18/08/2016
Código do texto: T5732439
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