Banho nosso de cada dia

Paredes nuas,

garganta profunda,

mordidas e maçãs para todo o ato,

verdades nuas,

pele que atiça todos os desejos

derramados sobre os lábios,

arranhados entre pernas,

eternizados em espasmos de prazer e mistério.

A lua geme safadezas

por entre as brechas da telha molhada.

Banho nosso de cada dia!

A noite desperta.

Chuva de interior.

A vizinhança atenta.

Suor e semente...

Nossos corpos se consomem.

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 28/05/2016
Código do texto: T5649252
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