POEMA MORDERNO VII ( A GRUTA)

POEMA MODERNO VII ( A GRUTA)

Esdrúxulas palavras saíram da garganta rouca

Quando penetrei naquela gruta escura

Temeroso de que estivesse com a mente louca

Fiquei em estertores com a ilusão impura.

Imaginei ser o fim da minha pobre vida

Que os anos trouxeram dando-me loucura

Mas qual nada era uma coisa tão querida

Enquanto eu pensava o quanto a vida é dura.

Neste frenesi de frêmitos tão intensos

Fui indo e vindo nas águas puras de ilusões

Que senti balanços tão imensos

Que tremiam nossos dois pobres corações.

Depois daquele instante eu fiquei parado

Esperando que a visão limpasse do mergulho

Do baticum do peito que tinha então ficado...

Neste momento eu era só entulho.

Mas o que eu disse mesmo neste verso insano

Quando o corpo bati na escuridão da gruta

Será que fiz algum gesto tão profano

Nesta tão bela e doce e grande luta?

ANTONIO Tavares de Lima

24.04.2016 - 10:00 h

Antonio Tavares de Lima
Enviado por Antonio Tavares de Lima em 01/05/2016
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